quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Micrometragem Historicidade

Bom gente,
Esse é um vídeo que fiz para um concurso de micrometragem, que apesar de não ter muito sentido com nossa matéria é muito interessante. Foi feito com a ajuda da profa. Silvana, e acho uma reflexão muito interessante para nós arquitetos, principalmente os moradores de Campinas =D
http://www.youtube.com/watch?v=BQ2rH4PNik8

domingo, 27 de novembro de 2011

Aterro do Flamengo




O parque do Flamengo teve suas obras iniciadas em 1961, localizado na orla da baía de Guanabara. O projeto urbanístico e arquitetônico foi realizado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy, e o projeto paisagístico, por Roberto Burle Marx. O aterro é feito com
material proveniente do desmonte do morro de Santo Antônio.O aterro do Flamengo foi uma iniciativa que visava resolver o problema viário do Rio de Janeiro, que se intensificou entre 1950 e 1960.
Nessa época, tivemos a participação de Reidy em vários projetos de urbanização. O aterro do Flamengo está entre uma das principais realizações de Reidy na cidade. Ele também teve participação no projeto do MAM/RJ, sendo responsável pela passarela em frente ao museu, pelo coreto e pelo pavilhão de jogos.
Além do projeto de Reidy, no aterro também podem
os encontrar um dos projetos paisagísticos mais importantes de Burle Marx, como na praça Salgado Filho, onde po
demos observar as pedras mesclando com o gramado nos pisos e a sinuosidade dos canteiros. Podemos comparar esse projeto com a dos jardins
na proximidade do MAM, que apresentam um perfil diferente: traçado quadrangular com linhas retas e canteiros ortogonais.


Podemos dizer que o aterro se apresenta como um intermediário entre o urbano e o natural da cidade, pois é um local próximo ao centro mas grudado ao mar, possibilitando uma vista agradável a quem passa.







sábado, 19 de novembro de 2011

Explicação necessária- Niemeyer sobre o Museu de Arte Contemporânea


"Como é fácil explicar este projeto!
Lembro quando fui ver o local. O mar, as montanhas do Rio, uma paisagem magnífica que eu devia preservar.
E subi com o edifício, adotando a forma circular que, a meu ver, o espaço requeria.
O estudo estava pronto, e uma rampa levando os visitantes ao museu completou o meu projeto. "

Oscar Niemeyer (2


Como já foi discutido e comentado na viagem, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói impressiona pela sua implantação na paisagem, de forma muito sensível e pelo arrojo dos seus traços. Achei interessante essa frase que estava no site do museu e também colocar alguns croquis.006)




















Lucas Gabriel

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

#1

COPROMO (Osasco, 1992)

Habitacional Autogerido.







#2

PARQUE CECAP (Guarulhos _ 1967)

Com projeto de Artigas, Paulo Mendes da Rocha e Fábio Penteado, o conjunto habitacional Zezinho Magalhães Padro, o Parque CECAP, foi produzido para servir como exemplo de política urbana estadual.
O projeto retoma soluções adotadas em habitações das décadas de 1930, 1940 e 1950, mas sua grande contribuição é a presença da planta livre que permitia, portanto, que cada família organizasse o apartamento da maneira mais conveniente. O projeto urbanístico do Parque CECAP é orientado pelo conceito de freguesia, na qual cada freguesia contaria com um conjunto de edifícios e equipamentos urbanos.
Anne.












#3

PEDREGULHO (1947_projeto)
A peça-chave do conjunto, o grande edifício serpenteado, consegue driblar o declive do terreno com o uso de pilotis e passarelas de acesso. Os blocos destinados a habitação também dialogam com o projeto para os edifícios de Lucio Costa para o Parque Guinle. Há também espaços comuns destinados a educação, lazer e esporte, assim como uma lavanderia comunitária.>
Anne.

domingo, 6 de novembro de 2011

Da Saga Mulheres Importantes : Um pouco mais sobre Olivia Guedes Penteado

D. Olívia Guedes Penteado nasceu em Campinas, no Largo da Matriz Velha, em 12 de março de 1872. Era filha dos Barões de Pìrapitingüy, José Guedes de Souza, poderoso fazendeiro de café no Município de Mogi-Mirim, e de Dona Carolina Leopoldina de Almeida e Souza. Dona Olívia passou a infância na propriedade paterna, na Fazenda da Barra, em Mogi-Mirim, tendo estudado em casa com professores particulares e, durante algum tempo, no Colégio Bojanas. Aos desesseis anos, já em São Paulo, casou-se com seu primo, Ignácio Penteado, que acabara de regressar da Europa, onde permanecera por vários anos em viagens de lazer e estudo.


Em 1898, um requintado jantar foi oferecido para inalgurar a nova e refinada residência do casal na rua Duque de Caxias (atual avenida), esquina com Conselheiro Nébias, no elegante bairro de Campos Elíseos (o palacete foi demolido em 1947, para a ampliação da av. Duque de Caxias, promovida prefeito Prestes Maia, no terreno ergueu-se o portentoso edifício do Hotel Comodoro, um dos marcos da verticalização da metrópole paulistana.).

Eclético, cujas linhas basearam-se no Risorgimento italiano, o palacete foi projetado por Ramos de Azevedo. Nas obras que se iniciaram em 1895, foram empregados materiais importados, especialmente da Itália, de onde também trouxeram a austera cúpula que arrematava o corpo semi-hexagonal voltado para a confluência das citadas ruas. Segundo a historiadora Dra. Maria Cecília Naclério Homem, Yan de Almeida Prado comparava-o ao Palácio Pallavicini de Gênova, pois fora construído no alinhamento das vias; ou seja, sem jardins fronteiriços.
Olívia Penteado recebia convidados às terças-feiras em saraus em que tocava harpa. Após o falecimento de seu marido, em 1913, também dá início a recepções em sua residência de Paris, onde recebia brasileiros, artistas, intelectuais e diplomatas franceses.
Em fevereiro de 1922, D. Olívia morava em Paris, e foi lá que conheceu Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, Villa-Lobos entre outros, que viajaram para aquela cidade logo após a Semana de Arte Moderna. No seu retorno a São Paulo em 1923, D. Olívia trazia consigo obras de Picasso, Foujita, Léger, Marie Laurencin, e passou a ocupar posição central no ambiente cultural de São Paulo.

Era conhecida como a "madrinha dos artistas", a "protetora das artes", a "mãe dos paulistas" e recebeu dos modernistas o carinhoso apelido de "Nossa Senhora do Brasil".

Para acolher os seus amigos modernistas Dona Olívia criou, em 1925, um ambiente especial ,"A Galeria de Arte Moderna", chamando Warchavchik para projetá-la e Lasar Segall para pintá-la. A galeria, conhecida como "pavilhão modernista" era decorada com móveis e objetos modernos, e quadros de Picasso, Leger, Tarsila, e esculturas de Brancusi e Brecheret. Lá os artistas e intelectuais se reuniam, eram acolhidos e apresentavam suas poesias, suas músicas e seus projetos.

A proteção de Dona Olívia estendia-se também a outros setores: social, no qual apoiava a Cruzada Pró-Infância; econômico, onde incentivava a compra de produtos nacionais para a sua fazenda (mesmo que custassem mais caro), e político, articulando e patrocinando a candidatura de Carlota Pereira de Queiroz, a primeira mulher brasileira a ser deputada federal.

Dona Olívia ingressou no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo no dia 6 de maio de 1932, poucos dias antes de eclodir a Revolução Constitucionalista, na qual participou ativamente.

Morreu de apendicite no dia 9 de junho de 1934, na cidade de São Paulo, e foi sepultada no Cemitério da Consolação, sendo seu túmulo ornamentado com a escultura intitulada O Sepultamento, feita por Victor Brecheret.



Bibliografia:


segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Lucio Costa e o Antigo Ministério da Educação e Saúde

Pessoal,
Para que a gente vá se preparando para a viagem do Rio aqui tem um vídeo com o depoimento do Lucio Costa sobre o Palácio Gustavo Capanema.

Resolvi postar sobre ele porque quando estava na escola usava um livro da Graça Proença para estudar História da Arte, era de certa forma didático e quando chegava no finzinho do livro falava sobre a arquitetura moderna brasileira e uma das imagens era do antigo Ministério da Educação e Cultura, quando a autora se referia a influência de Le Corbusier no Brasil. A imagem ficou guardada e sempre gostei muito desse projeto, vai ser muito bom poder finalmente vê-lo de perto.

Assim, estou mandando também algumas imagens com as páginas desse livro, onde ela inclusive fala do Warchavchik, e não se refere a ele como primeiro a realizar uma obra modernista no Brasil, considerando ser talvez do arquiteto Victor Dubugras a primeira obra. Enfim, é mais uma opinião para conhecermos.

No vídeo, chamo a atenção para o momento em que é narrado o depoimento de Lucio Costa sobre a sua insistência em trazer Le Corbusier e os problemas que enfrentou devido ao fato de que Piacentini veio ao país um ano antes, contratado pelo governo para ajudar na implantação da cidade universitária. Até que Getúlio Vargas "cede seu capricho" e Le Corbusier é convidado. Além disso, há uma parte em que o arquiteto ressalta o apoio e a importância do Ministro Gustavo Capanema e fala também sobre o trabalho com Niemeyer.
No mais, garanto que vale muito a pena assistir o vídeo todo com o próprio Lucio Costa falando a respeito da obra.

Sobre Lucio Costa, que admiro muito, tem um site "Casa de Lucio Costa" onde podemos encontrar muitas informações sobre o seu trabalho. Entrando na parte "acervo", em seguida "vídeos", estará lá esse mesmo que estou postando, sem legendas e com a imagem um pouquinho melhor, bem como outros também muito interessantes.







Wladimiro Acosta



Estive pesquisando sobre Warchavchik e encontrei muitos assuntos que o envolviam. Um destes, que me chamou a atenção, é a questão dos arquitetos exilados, entre eles Wladimirio Acosta.


Wladimiro Acosta e Warchavchik eram companheiros de juventude, ambos nascidos em Odessa. Um migrou para Buenos Aires, outro, para o Brasil. Ambos ganharam notoriedade como arquitetos. Reparem nas diferenças e semelhanças das arquiteturas.



Projeto de Warchavchik

Projeto Wladimiro Acosta





A Anat já escreveu alguns artigos sobre este tema... para maior aprofudamento, os links do artigo são:

http://periodicos.uesb.br/index.php/politeia/article/viewFile/563/560

http://www.arcoweb.com.br/artigos/anat-falbel-as-vicissitudes-19-03-2009.html

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Curtume Cantúsio


Na terça-feira saiu no jornal Metro, que é distribuído gratuitamente na cidade, uma pequena reportagem falando do Curtume Cantúsio, o qual a professora Silvana citou na última aula.
A reportagem fala que existe um projeto de
revitalização da obra e que no local serão construídas casas e um provável shopping.
Acho incrível como transformam algo histórico em comercial. A área deveria ser destinada a um museu ou coisa do tipo e não a um centro de compras onde os visitantes dão pouca atenção à edificação que os cobrem.
O prédio foi construído em 1911 e fica situado na Vila Industrial, em Campinas. Atualmente parte dele é tombada pelo Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural de Campinas).

Abaixo segue a reportagem.





terça-feira, 18 de outubro de 2011

Para entender o Ecletismo Arquitetônico

Pessoal, como eu não sabia muito bem do que se tratava o ecletismo, resolvi fazer uma pesquisa e achei esse artigo que explica bem o que é !
Espero que seja útil para pessoas que, assim como eu, não são muito boas em entender essas coisas !

Ecletismo

Definição

O termo ecletismo denota a combinação de diferentes estilos históricos em uma única obra sem com isso produzir novo estilo. Tal método baseia-se na convicção de que a beleza ou a perfeição pode ser alcançada mediante a seleção e combinação das melhores qualidades das obras dos grandes mestres. Além disso, pode designar um movimento mais específico relativo a uma corrente arquitetônica do século XIX.

O uso do termo como conceito é introduzido na historiografia da arte no século XVIII pelo teórico alemão Johann Joachim Winckelmann (1717 - 1768) para designar uma espécie de sincretismo consciente identificado na produção de artistas como os Carracci e seus seguidores, em atividade no norte da Itália no fim do século XVI. Seu projeto artístico caracteriza-se pela junção harmônica das excelências de seus predecessores em uma obra singular. Tendo como base as idéias de Winckelmann, o termo passa a ser utilizado sobretudo em sentido pejorativo como sinônimo de falta de personalidade e originalidade. No século XX o conceito de ecletismo perde algo da conotação negativa que o acompanha, e é usado para indicar fases ou fenômenos sincréticos em culturas de diferentes períodos ou regiões. Desde a Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) tende-se a admitir o ecletismo como procedimento válido na atividade criativa.

Como movimento artístico, o ecletismo ocorre na arquitetura no século XIX. Por volta de 1840, na França, em reação à hegemonia do estilo greco-romano os arquitetos começam a propor a retomada de outros modelos históricos como, por exemplo, o gótico e o românico. O principal teórico do ecletismo arquitetônico é o francês César Denis Daly (1811 - 1893), que o entende como "o uso livre do passado". Não se trata de uma atitude de simples copista, mas da habilidade de combinar as características superiores desses estilos em construções que satisfaçam a demandas da época por todo tipo de edificação. Na segunda metade do século XIX, o ecletismo tem forte presença na Europa. O estilo Segundo Império ou Napoleão III, na França, é caracterizado pela realização de importantes edifícios ecléticos, como o Teatro Ópera de Paris, projetado por Charles Garnier (1825 - 1898).

O ecletismo arquitetônico difunde-se também pelas Américas, marcando as construções do mundo novo. No Brasil, no período de transição para o século XX, o ecletismo é a corrente dominante na arquitetura e nos planos de reurbanização das grandes cidades, como o realizado no Rio de Janeiro pelo engenheiro Francisco Pereira Passos (1836 - 1913). Prefeito da então capital federal, de 1902 a 1906, Passos empreende a reforma urbanística que derruba antigas construções do período colonial para abrir a moderna avenida Central, atual avenida Rio Branco, e a avenida Beira-Mar, expandindo a cidade em direção à zona sul. Na primeira encontram-se ainda hoje os maiores exemplares da arquitetura eclética no Brasil, como a Escola e Museu Nacional de Belas Artes - MNBA(1908), obra de Adolfo Morales de Los Rios (1858 - 1928), cuja faustosidade e pluralidade de estilos remetem às construções francesas ecléticas, no caso diretamente à fachada do Louvre. O Theatro Municipal, projetado por Francisco de Oliveira Passos e edificado na avenida Central, entre 1903 e 1909, é claramente inspirado no Ópera de Paris e aparece como o maior símbolo do ecletismo no Brasil. Destaca-se também na época a atuação do engenheiro militar Souza Aguiar, responsável pelo projeto da Biblioteca Nacional (1910) na mesma avenida, e de Heitor de Mello, em atividade no Rio de Janeiro de 1898 a 1920, autor de diversos projetos de edifícios públicos e residências particulares, como o Derby Clube (1914) e o prédio da prefeitura (1920), na praça Floriano.

Em São Paulo, cidade muito mais acanhada do que o Rio de Janeiro no fim do século XIX, o primeiro monumento marcante do novo movimento arquitetônico é o Museu Paulista (conhecido como Museu do Ipiranga), projetado pelo arquiteto italiano Tommazio Bezzi e construído entre 1882 e 1885. Em comparação ao estilo desenvolvido no Rio, o ecletismo classicizante paulista assume traços peculiares de influência italiana e mais diversidade de modelos e estilos históricos. No caso da habitação particular, fala-se de um verdadeiro ecletismo desordenado, no qual o exótico e o bizarro tornam-se moda na casa dos novos imigrantes ricos e dos prósperos fazendeiros de café que dominam a recém-construída avenida Paulista (1891). Certo é que a expansão e a modernização da cidade se dão sob o signo do ecletismo, realçando a atuação do engenheiro-arquiteto Ramos de Azevedo (1851 - 1928), responsável por inúmeros prédios públicos, entre eles a Escola Normal Caetano de Campos (1894), na praça da República, o Theatro Municipal (1903 - 1911) e o edifício do Liceu de Artes e Ofícios, atual sede da Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp (1897 - 1900), no bairro da Luz. Quase todas as capitais brasileiras em expansão no início do século XX são atingidas pelo ecletismo arquitetônico, destacando-se a construção do Teatro Amazonas, em Manaus, e o Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte.



Fonte:http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=357


sexta-feira, 14 de outubro de 2011


Requalificação do Bairro Amarelo, Berlim

Em uma das palestras da SAU, o arquiteto Francisco Fanucci comentou sobre a intervenção feita no Bairro Amarelo, na Berlim oriental. Em uma visita ao bairro, ele se lembra de ver todos aqueles edifícios iguais, da mesma cor e se pergunta: como um morador que "bebeu demais" conseguiria distinguir sua casa das outras? A identidade de cada conjunto foi o que norteou o projeto do escritório Brasil Arquitetura.
Essa intervenção tem um importante papel ao ao lidar com as construções da URSS com os olhos e funções de hoje em dia.


"O CONCURSO"

A queda do Muro de Berlim, além de todas as consequências já conhecidas e vividas pelos alemães, abriu no campo da arquitetura uma frente de trabalho de grandes proporções e sui generis: a recuperação dos conjuntos residenciais construídos em concreto pré-fabricado dos anos 60 aos anos 80, marca registrada do comunismo soviético.
Essa arquitetura, ainda que de boa qualidade de construção e de materiais se comparada com as habitações sociais do Brasil, é extremamente pobre, visualmente "feia" e repetitiva ao infinito. É um mar cinzento de edifícios que começa em Berlim e se alastra pela planície central até Moscou, alcançando nesse caminho a Polônia, a antiga Tchecoslováquia, a Hungria etc.
Todos esses países adotaram o mesmo sistema construtivo que espelha a burocracia arquitetônica.
Começando por Berlim, vários arquitetos são chamados, através de convites ou concursos internacionais (como foi o nosso caso), para se debruçar sobre essenovo tema/problema, qual seja: humanizar, recaracterizar, criar unidades

de vizinhança distintas umas das outras, dar personalidade a cada grupamento de habitantes, no sentido de fixar a população e evitar o êxodo.
A escolha do nosso projeto seguiu-se ao debate de três projetos finalistas (com representantes da população, técnicos e engenheiros responsáveis pela construção do bairro, além de representantes do Senado berlinense) e foi definida por um corpo de jurados internacional.
Procuramos dar caráter e identidade própria àquele pedaço de Berlim através de um conceito unificador, aglutinando elementos da arquitetura latino-americana e, mais especificamente, brasileira.
O grande desafio para os arquitetos, a nosso ver, é introduzir novos elementos, criar novos contextos, trazer a riqueza cultural e espacial sem violentar aquilo que representou o esforço de muitos para resolver um dos mais graves problemas da humanidade: a falta de moradia. Encarar a questão com decisão e delicadeza foi a nossa arma."
Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz






Bairro Amarelo : Antes e depois



Desenhos de tribos brasileiras formam painéis no Bairro.



Fachada do edifício com cor para dar identidade.



Espaço de convivência.





Fernanda


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Weißenhofsiedlung


O Bairro Weissenhof foi construído em Stuttgart, na Alemanha, como exposição para o Deutscher Werkbund.

A exposição aconteceu em 1927, e nela procurava-se mostrar a nova maneira de morar, a nova habitação ("Die Wohnung" significa "a moradia"), que considerava as necessidades modernas.

Com direção artística de Ludwig Mies van der Rohe, o bairro contava com 17 arquitetos: Le Corbusier, Walter Gropius, Peter Behrens, Bruno Taut, Max Taut, entre outros.

Todos eles estavam empenhados em projetar a nova habitação, que teria espaços interiores flexíveis, planta livre, partições móveis, etc. Cada arquiteto colocou em seu projeto inclusive o mobiliário correspondente a essa nova forma de morar. No geral, as casas continham terraços-jardim, janelas em fita, e assim constituíam uma unidade.

Além disso, uma característica comum a todas as casas desse bairro é a cor de cada uma: o branco. Talvez seja dessa característica que tenha surgido a ideia do nome do bairro: "weiss", em alemão, significa "branco".

O bairro Weissenhoff foi parcialmente destruído durante a Segunda Guerra Mundial, e foi no aniversário de 75 anos daquela exibição do Werkbund, que o lugar recebeu mais atenção;

Em 2002, a cidade de Stuttgart adquiriu as casas de Le Corbusier para instalar o museu (http://www.stuttgart.de/weissenhof/).



domingo, 2 de outubro de 2011

Todos os prédios de Nova Iorque

  Bom, sei que não tem muito a ver com a aula, mas como estamos com essa semana de folga em função da SAU, mando aqui um link de um site do ilustrador australiano James Gulliver Hancock, em que este se propõe a retratar todos os prédios de Nova Iorque.
  Se formos na seção maps, dá p clicar nos pontos e ver o desenho dos prédios que ele já fez.
  É interessante ver o desenho como arte do ilustrador e a forma como ele faz as devidas diferenciações nas arquiteturas do prédios.

http://allthebuildingsinnewyork.blogspot.com/

 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Construtivismo Russo



O Construtivismo Russo teve sua origem na Rússia no ano de 1919 difundida da revolução vermelha decorrida em 1918, foi um vanguarda estética-politica, que misturava o idealismo socialista à pintura e a arquitetura traduzindo a aclamação pelo novo governo em quadros e nas edificações estatais.
O construtivismo nega uma arte pura, e tenta negar que ela é uma criação humana, a nova arte devia ser inspirada nas conquistas do povo operário abrangendo as novidades que as maquinas e a industrialização traziam. Na arquitetura procurava usar formas geométricas puras e cores primárias.
Os arquitetos construtivistas se valiam da idéia de um novo mundo para projetar e refletir no seu projeto os ideais desse mundo novo, sempre servindo ao povo e ao estado. Procuravam projetar coisas úteis, o seu ideal era que a arte e a arquitetura fossem unificadas com a sociedade criando uma nova arquitetura chamada de “arquitetura prática”, que não seria nem superior nem inferias as outras, mas que todas teriam a mesma validade, mas uma característica adotada do socialismo, a igualdade entre as coisas e o seres. A arquitetura devia servir a massa e ao estado enquanto cumpre seu papel, devia ser um modelo social.

No ano de 1920, considerando um dos mais significativo para o movimento, foi formado o primeiro grupo construtivista, que põe a prova toda forma de arte que não seja útil para o movimento e surge o Instituto de Cultura Artística (Inkhuk) e os Ateliês Técnico-artísticos Superiores (Vkutemas), dando o ponta-pé inicial para que o movimento saísse do papel. A principal influencia do movimento foi o futurismo italiano.
Os projetos assumiam a idéia da nova sociedade socialista, enfatizada no fervor revolucionário das massas operarias. A idéia de coletivização predominava, a urgência de adaptação das cidades à nova ordem política dava aos arquitetos uma frente maior e mais espaço para desenvolver a parte mais expressiva do Construtivismo Russo: a edificação. A euforia e motivação para as construções eram grandes.
A arquitetura foi uma das formas mais importantes de comunicação do estado, era uma forma de arte que estava nas ruas ao alcance do povo. Embora muitos projetos nem tenham saído do papel apenas a sua contemplação davam alegria ao povo. Era usada como veiculo de transformação da terra, era usada para regular as estruturas da convivência humana. Foram tomadas medidas como a nacionalização da terra, a expropriação dos grandes edifícios os tornando públicos, o estado usa a arquitetura para mostrar a massa operaria que estava tomando medidas.
Os arquitetos construtivistas se baseiam em diversos estudos e exercícios para iniciar o projeto, testam novos matérias. Partem da analise de maquinas, da composição e complexidade das formas, do estudo entre a harmonia das cores e das linhas, da intersecção dos planos, superfícies e volumes. Analisando o contexto da época vemos que a maquina é a principal fonte de inspiração, ela que motiva a revolução e logo a nova arquitetura do novo estado. Ela integra a criação à reprodução técnica e industrial das formas ou seja possibilita o funcionalismo, um dos principais pilares da arquitetura construtivista.

A cor era um dos principais artifícios da arquitetura construtivista, os arquitetos consideravam que o tratamento dos matérias naturais podia enriquecer as superfícies da obra. As cores deviam combinar não somente entre si mas também com os conceitos arquitetônicos empregados. A composição de diversos materiais como o concreto, o vidro e o aço criavam novas ferramentas para a composição de expressão formais proporcionado à criação de novos ritmos e harmonias. Os arquitetos experimentavam as cores, misturavam-nas, analisavam-nas, novas escalas eram criadas. Chegaram à conclusão que cores como o marrom escuro,o vermelho escuro, o cinza e o preto podem deixar o edifício com um ar de pesado e sujo, enquanto cores como o verde, o amarelo, azul-céu e algumas outras cores claras proporcionam a impressão monumentalidade e de glorificação.

A forma mais simples que encontramos para definir Construtivismo Russo foram os estudos do arquiteto, também russo, Chernikhov. Segundo o estudioso essa vanguarda trata-se da união de corpos dos mais diversos tipos e formas, sejam eles fluidos ou rígidos. A segunda característica é o enroscamento dos corpos, como se fossem oriundos de uma maquina, ou como se fossem peças de uma maquina.Os elementos se juntam sem modificar seus volumes, formando diversas formas.

Imagens: Retiradas do livro Deconstruction Omnibus Volume, pág. 51
Fonte: http://urssconstrutivismo.blogspot.com/
As leis que regiam o construtivismo era dividas em 10:
A primeira lei: as coisas que são unificadas tem que estar na base dos princípios construtivos, sendo imateriais ou não. Elas tem que estar sempre de modo que o cérebro a grave a primeira vista.
Segunda lei: A construção só se torna efetiva quando pode ser racionalmente justificada.
Terceira lei:os elementos tem que estar unidos de modo harmônico, para que possa haver a combinação inteiramente construtiva.
Quarta lei: Os elementos só darão forma à construção se tiverem em conjunto, ou alojados, eles precisam mostrar que estão ativos na união.
Quinta lei: A construção tem que ter um efeito sentido ou seja a apropriação de todas as formas tem que seguir a mesma ideologia e traduzir o sentido da obra.
Sexta lei: Cada nova construção é resultado da investigação humana, e a obra tem que ser inventiva e criativa.
Sétima lei: A construção tem que ser bonita e aperfeiçoada constantemente para que fique como contribuição para as culturas futuras.
Oitava lei: A coesão dos elementos da obra refletem a concordância e a idéia de coletivismo entre a humanidade.
Nona lei:Cada nova idéia construtiva deve seguir fielmente as bases do construtivismo, o idealizador deve ter conhecimento absoluto dos processos pelos quais o projeto irá passar.
Décima lei: Antes de ser executada a obra deve passar pelos critérios anteriores e atingir o desenvolvimento que é necessário e possível.
O arquiteto precisa ter para seu projeto a necessidade de usar as bases e assim firmas a sua obra no partido do construtivismo.

Os principais grupos que fizeram parte do construtivismo foram:
Asnova- Associação de Novos Arquitetos – Surgiu em 1923, procuravam a forma da construção dentro da estética cientifica que traduzissem as aspirações do novo estado.
Vkhutemas - Ateliers Superiores de Arte e Técnica – Surgido em 1920, foi o grupo que mais fez testes e exercícios usando as formas puras, o crescimento e a diminuição da forma dinâmica.
OSA - União de Arquitetos Contemporâneos – Surgiu em 1925, com o socialismo em crise, após a morte de Lênin. Lançaram a primeira revista dedicada à incorporação de métodos científicos a pratica arquitetônica a Sovremennaya Arkhitekutra. Esse grupo foi atacado por um grupo Pro - Stalin conhecido com VOPRA (Associação dos Arquitetos Proletários – URSS), que condenava o grupo por acharem que seus projetos não seguiam as regras do construtivismo.

MAO (Moskovskoe Arjitekturnoe Obshchesvo): Colégio de Arquitetos de Moscou.
Ilia Golosov: . Comissão de Pintura, Escultura e Arquitetura: embasados nas artes de esquerda, usavam a iconografia simbólica que expressava os novos programas.
Principais arquitetos:
Zodchij,Ivan Fomin,Boris Koroliov,Alexandr Rodchenko,Alexandr Vesnin,Iakov Chernijov, Moiséi Iakovlevich,Ivan Leonidov,El Lissitzky,Konstantin Melnikov,Alexandr Rodchenko,Vladímir Tatlin,Alexandr Vesnin.
Apos a crise do socialismo e a morte e Lênin, em 1931 Stalin assume o governo e começa a perseguir os construtivistas, com acusações de inventarem uma forma de arte e arquitetura sem propósito, com a intenção de acabar com as idéias da revolução, de ir contra o moderno e preservar o clássico. Após o começo da Guerra Fria Stalin começou um processo de apagamento das origens e diretrizes do construtivismo, pois o ditador achava que além do clássico elas remetiam ao ocidente também. O construtivismo Deixou raízes e serviu de influencia para as vanguardas que surgiriam posteriormente como a Bauhaus alemã e o neoplasticismo holandês.


Principais Obras:
Monumento à III Internacional: Construída por Tatlin, é uma gigante espiral de aço constituída por três cômodos de formas diferentes: uma forma cilíndrica, uma pirâmide e uma forma cúbica envidraçados e informativos. Eles giram entre si em tempos diferentes, o cilindro demora um dia para a rotação completa, a pirâmide um mês e o cubo um ano.


Torre de radio em Moscou: de Vladimir Shujov, foi projetada para ter 150 metros de altura e era feita de cinco hipérboles superpostas. A estrutura poderia se executada sem a necessidade de andaimes. Essa torre era associada à beleza e expressividade do monumento de Tatlin.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Arquitectura e visão do individuo : as visões de Mackintosh e Le Corbusier

Achei um artigo sobre a relação entre a arquitectura de Mackintosh, a arquitectura de Le Corbusier, e a visão que cada um tinha do ser humano. O artigo se baseia numa distinção de Elias entre o homo clausus e os homines aperti. O homo clausus seria a incarnação do individuo, do sujeito cartesiano, centrado na sua própria reflexão. Essa seria a visão que tem Le Corbusier. De outro lado, Mackintosh seria influenciado por uma visão dos homines aperti, quer dizer que sua arquitectura da muito mais importância ao ser humano como parte de uma sociedade. Nessa visão, a arquitectura tem um papel central : o de condicionar as interações entre os individuos.

Desculpem, o artigo esta em ingles, mas acho que vale a pena fazer o esforço de ler se você tem interesse no enlace entre arquitectura e sociologia. Vocês podem ler o artigo completo aqui. Algumas citações, por fim...

" The architecture and, to some extent, explicit beliefs of Le Corbusier seem to embody the assumption of homo clausu.s. Le Corbusier is perhaps best known for his design of the apartment building. Unite d'Habitation (built 1949-52, Marseille) which has become his trademark. Built from concrete and comprising twelve floors of self-contained apartments alongside amenities such as a laundry, children's nursery and shops, this apartment block conveys Le Corbusier's assumption that the individual is the starting point of knowledge. Social interaction functions as a means to an end (such as shopping simply to purchase food) rather than as a social activity which has the potential to inform and influence our and others' identities. The homo clausus that Le Corbusier conceived to fill these modular, concrete apartments is a prominent figure in his work."


" In contrast to homo clausus, Elias offers an alternative notion, homines aperti - 'open people', which represents the recognition that human beings are interdependent with other human beings from the moment of birth, and that they are formed in mind and body through that social interdependence. By their very nature, they always need other people. Social interaction is, therefore, the key to the development and understanding of the individual as was stressed, before Elias, by the symbolic interactionist tradition from Mead to Goffman. Mackintosh's architectural practice seems to represent this way of thinking. Although he never explicitly outlines a theory of the individual, his work seems to betray a belief in the person as a fluid and changing subject who is influenced by others and in tum influences them and his work encourages and celebrates social interaction. As a consequence, his interiors seem at onee more itituitive, more conducive to social interaction and more tactile than Le Corbusier's social and domestic spaces. Le Corbusier and Mackintosh's work cannot of course be viewed in isolation from the socio-economic, historical and cultural context in which they were coticeived. Le Corbusier was influenced by the post-war need for housing and he formulated his design philosophy on his enthusiasm for new technologies and a desire to use these technologies as a way of standardising architecture. "

" The International Style sought to develop a prototype 'living unit' which could be adopted all over the world regardless of local conditions or building techniques. Le Corbusier famously termed this living unit, 'a machine for living in". Breaking with the past allowed the freedom to invent a new modem lifestyle. The 'machine for living in" was functional, hygienic and efficient in its use of space and building materials. Being based on mathematical proportions, it could also he easily adapted to suit any number of inhabitants. "


" The Chartreuse D'Ema was seen by him as, 'heaven on earth [where he] should like to spend thewhole of [his] life ... in what they call ... cells; it is the solution to the housing problem' (Tzonis, 2001:21). The isolated, meditative individual that is coneeived to inhabit these cells reminds us of Elias's homo clauses and his comments on the Cartesian self Harvey observes that social interaction is seen as superfluous to the formation of the self one of the main goals of Descartes's philosophical efforts was to detach knowledge and the self from the webs of relationships and interaction that make up most of a normal person's life ... this looks like a declaration of independence; everyone has the opportunity to write his own life story without interference from other people or cultural and social obstacles. (Harvey, 2005) "

 " Although Le Corbusier's dedication to purism seems to suggest that nothing, not even the inhabitants of his buildings, should transgress upon his design, his motivation seems to be driven by a strict aesthetic belief rather than an extreme political ideology. This aesthetic does, though, have a detrimental effect on any humanitarian motivation that he may have had. Unlike Mackintosh, who manages to capture the personality and lifestyle of the inhabitant in his commissions, Le Corbusier's admiration of technology makes him rigid in his intended use for his buildings and he is reluctant to hand over any ownership to the inhabitants. "


" Le Corbusier's designing style and we can speculate that the design of interiors ties in with his desire to create a modem man. Mackintosh's designs, in contrast, seem to respect and encourage individuals and social groups to use their space in accordance with their own needs, taste and lifestyle. "
     
" So what are the practical consequences of buildings for the people within them and for wider society? And should architects bear in mind some notion of responsibility when conceiving their designs? Although these questions contribute to a mueh wider debate than can be covered here, it does seem, that when designs can have such a far-reaching effect on society as demonstrated and well documented by failed housing projects, it would be both unrealistic and irresponsible for architects
not to take needs of users into account. Spiro Kostoff (2005) has remarked that one failure of the Modem Movement of the early twentieth century was just this - to avoid consulting users of housing. He points out that it was the architect who was deemed qualified to make these decisions. It is interesting to note that the architect of the twentieth century is perceived as being justified in making
decisions on behalf of the masses because of an assumed higher intellect. Le Corbusier certainly fits into this powerful role, viewing his designs as instruments of his intelligent vision for a more ordered and effective society. "

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Le Corbusier no Brasil.

Em 1929 Le Corbusier fez sua primeira visita a cidade do Rio e de São Paulo, durante uma viagem à América do Sul iniciada por Buenos Aires.
Em São Paulo, acabou tento contato com arquitetos que já praticavam o ‘moderno’, como Gregorio Warchavchik, que acabara de construir a primeira ‘casa modernista”, mas também Rino Levi e Flávio de Carvalho.

Em São Paulo, se ateve a observar e descrever os problemas de circulação :
''Ao desembarcar (...) em São Paulo e vendo na parede do gabinete do Prefeito essa imagem de ruas emaranhadas, que algumas vezes passam umas sobre as outras e medindo o imenso diâmetro da cidade, pude declarar: ' Os senhores enfrentam uma crise de circulação, não é possível fazer escoar rapidamente o trânsito numa cidade que tem 45 quilômetros de diâmetro, cujas ruas mais parecem dédalos e estão sempre entupidas'.''

Foi no Rio de Janeiro que Le Corbusier obteve uma presença mais atuante, concebeu um plano de ocupação urbana para a cidade, conciliando o traçado geográficos da Cidade Maravilhosa junto com os meios de circulação dos automóveis, projetando assim, um grupo de auto-estradas que contornariam todos os acidentes geográficos da cidade desde o Pão de Açúcar até Niterói.



''Aqui, urbanizar é o mesmo que pretender encher o tonel das Danaides! Tudo seria absorvido por esta paisagem violenta e sublime. Ao homem só resta inclinar-se e explorar hotéis de turismo. Rio? É uma cidade de vilegiatura.''


A segunda vez que veio para o Brasil, foi em 1936, quando foi convidado por Gustavo Capanema Filho para ministrar um curso de dois ou três meses na Escola de Belas-Artes e dar consultoria para o projeto do Ministério da Educação e Saúde, para um grupo de arquitetos que tentavam incorporar os preceitos racionais de Le Corbusier, como o uso de pilotis, quebra-sóis nas fachadas mais ensolaradas entre outros. Durante sua estada de cinco semanas, Le Corbusier, orientou os arquitetos brasileiros, entre eles, a Lúcio Costa, Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira, Ernani Vasconcelos e o então pouco conhecido Oscar Niemeyer duas series de planos para a sede do ministério e produziu um plano para a cidade universitária do Rio de Janeiro.
Além do projeto do Ministério, também tem influencias sobre o Projetos de Affonso Eduardo Reidy para o Pedregulho, em 1947, e os de Jorge Moreira para a Cidade Universitária, em 1949.

Após a viagem de 1936, Le Corbusier foi convidado para trabalhar no projeto das Nações Unidas (1947), junto com arquitetos brasileiros, reencontrando Oscar Niemeyer.
Le Corbusier chegou a ser consultado sobre uma possível participação na construção de Brasília, entretanto, foi impedido pela Ordem dos Arquitetos Franceses de participar da construção. Apesar de não poder participar pessoalmente na elaboração da capital, Lucio Costa e Niemeyer esboçaram um plano urbanístico e projetaram edifícios que levavam as idéias de Le Corbusier.

Em 1962,fez sua terceira e ultima viagem ao Brasil, e escreve na seguinte carta, sua ultima impressão do país e de Brasília, quando viu finalizada.

"Brasília esta construída. Eu vi a nova cidade. É grandiosa em sua invenção, coragem e otimismo; ela nos fala desde o coração. É obra de dois grandes amigos e, através dos anos, companheiros de luta: Lucio Costa e Oscar Niemeyer. No mundo moderno Brasília é única. No Rio há o Ministério da Educação e Saúde Pública (1936-1945). Há as obras de Reidy. Há o monumento aos que tombaram na grande guerra. Há muitos outros testemunhos. Minha voz é a de quem viaja através do mundo e da vida. Permitam-me amigos do Brasil, dizer-lhes muito obrigado!" - Ouevre Complète

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Charlotte Perriand [2]

Aproveitando o gancho da Sil, posto o link para um artigo escrito por Silvana Rubino, a própria - para quem, como eu, adorou a discussão sobre a participação da Charlotte na produção feita no atelier do Le Corbusier.

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/08.089/3040

Obra póstuma de FLW

Massaro House - obra póstuma de Frank Lloyd Wright.


Um comprido edifício assemelha-se a um iate, ancorado junto ao maciço rochoso de uma ilha no lago Mahopac, em Nova Iorque, silhueta projectada sobre as águas em longas linhas horizontais; betão, vidro, pedra e cobre formam uma estranha amálgama com a paisagem natural. Assim é a casa Massaro, concluída em 2005 e projectada pelo famoso arquitecto americano Frank Lloyd Wright há mais de 50 anos.
Quando Joe e Barbara Massaro adquiriram o terreno há uns anos atrás verificaram existia um projecto para aquele local destinado ao anterior proprietário que Wright havia feito em 1950. O projecto era parco em informações: apenas alguns desenhos a lápis, entre os quais se incluiam uma planta, um corte e as fachadas; nenhuma indicação construtiva, nenhum pormenor. No entanto, o pouco que viram chegou para os impressionar e convencer a levar a cabo a tarefa irreal de construir a sua casa de acordo com o projecto do mestre.
Para o efeito contrataram o arquitecto Thomas A. Heinz que durante anos estudou e foi responsável por diversas restaurações de obras de Wright e que, a partir dos escassos elementos disponíveis, produziu um projecto completo tanto quanto possível fiel à ideia original. No fundo trata-se de uma variação dos conceitos que presidiram às Usonian Houses e à celebérrima Falling Water, cujas semelhanças são por demais evidentes.
Independentemente das qualidades intrínsecas da casa agora construída e da lição de História que esta "viagem no tempo" proporciona, há outras questões importantes que devem ser lembradas. A mais evidente é a do sentido que faz construir no tempo presente um projecto concebido há 55 anos para um contexto totalmente diferente. É como se, estabelecendo uma perspectiva radical, se construísse agora um templo grego... Só assim se percebe porque é que em vez de uma obra deslumbrante e inovadora como eram invariavelmente as obras de Wright o resultado final pareça patético e anacrónico.
Wright não daria o seu acordo, por certo. Esperemos que não esteja a revolver-se no túmulo...
Fonte:http://obviousmag.org/archives/2007/10/massaro_house_o.html#ixzz1Y8g75jW8

Outubro, de Sergei Einsenstein

Caros, na próxima aula falaremos da arquitetura posterior à Revolução Soviética. Veremos um trecho do filme abaixo, mas vai o link no filme na íntegra para aqueles que, como eu, adoram cinema.
Outubro, de Sergei Einsenstein, filme de 1927.
Enjoy!!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Charlotte Perriand

Como continuação de uma conversa iniciada no post sobre as (maravilhosas) mulheres da Bauhaus, um artigo que escrevi que fala (também) da Charlotte Perriand.
Dois, aliás:
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/04.043/3557

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Mulheres na Bauhaus

Pesquisando na internet sobre a Bauhaus achei esse blog que fala um pouco sobre as mulheres que lá estudavam. É um artigo interessante que mostra como elas viviam e que elas não eram tão diferentes das mulheres que somos hoje.






Guta Stölzl ---------------------------- Anni Albers

















sexta-feira, 9 de setembro de 2011

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Influência de Wright no Brasil: Casa Rio Branco Paranhos



Casa Rio Branco Paranhos, SP, João Batista Vilanova Artigas, 1942-43

[O reflexo decisivo da obra de Wright no Brasil dá-se porém através de João Batista Vilanova Artigas (1915-1984), e sintomaticamente em São Paulo, já que o Rio de Janeiro se consolidara como “território dos corbusianos“ desde a segunda visita do mestre em 1936 e sua participação no projeto do Ministério da Educação e Saúde (1936-42). Em 1942 Artigas realiza em São Paulo pequenas residências, nas quais sua busca por uma compreensão e desenvolvimento do pensamento wrightiano são legíveis. Uma de suas principais preocupações no momento é a honestidade dos materiais, desencadeada, por um lado, por sua própria experiência como projetista e construtor, e por outro pela leitura de textos de Wright ou sobre ele (H.-R. Hitchcock, In the Nature of Materials: The Buildings of Frank Lloyd Wright, 1942). Em 1946 ele viaja ao EUA ao receber bolsa de estudos da Fundação Guggenheim para o MIT, e tem a oportunidade de ver obras de Wright, além de entrar em contato com ex-membros da Bauhaus, recém-imigrados aos EUA. Retornando ao Brasil, projeta nos anos 50 edifícios significativos, dentro do vocabulário “corbusiano“ da Nova Arquitetura Brasileira, porém com características muito distintas, enfatizando com suas lages de cobertura o caráter de “Abrigo“ de seus edifícios. A apreciação de Artigas a Wright distancia-se de formalismos e cópias: trata-se de uma interpretação seletiva e crítica dos princípios orgânicos, inteligentemente inter-relacionados com valores da obra de outros mestres, como a pureza estrutural de Mies van der Rohe, e sob a égide de uma visão socialista. Sua crítica a Wright dá-se no que chama de “dionísico“ na obra deste, e a nível urbanístico, opondo-se veementemente ao caráter bucólico, “medieval“ da visão de Broadacre City. A partir de 1960 a obra de Artigas atinge maturidade e independência de linguagem, e virá a profundamente influenciar toda uma geração de Arquitetos em São Paulo.] (trecho retirado do texto "Caminhos da Arquitetura Moderna no Brasil: a presença de Frank Lloyd Wright", de Nina Nedelykov e Pedro Moreira).



Yumi

Mies na Werkbund


Fachada da habitação


Fachada para o Jardim

Em 1925, A Werkbund Alemã, apoiada pela cidade de Estugarda, começou a planejar uma exposição de construção moderna. Mies foi incumbido da direção artística de toda a exposição. A sua primeira tarefa foi o projeto de uma nova urbanização para habitação, concebida como uma série de edifícios baixos, de forma cúbica, envolvendo e arranjando em socalcos a colina na qual deveriam ser construídos. Um primeiro modelo de barro do esquema mostra uma composição orgânica de pequenos edifícios, separados por terraços comuns. Apesar de muitas revisões, a urbanização apresentada ao público em 1927 como Weissenhofsiedlung conservou muito do projeto original. Devido à pura forma geométrica, às coberturas planas e ao aspecto geral branco, os adversários ridicularizaram-na chamando-lhe “Cidade árabe” e “Quartéis Bolchevistas”.


Planta da Unidade

Mies também compilou a lista de arquitetos convidados a participar no projeto, entre eles representantes internacionais do Neue Bauen, como Walter Gropius, os irmãos Taut, Le Corbusier, Mart Stam e J.J.P. Oud, Hans Scharoun, Ludwig Hilberseimer, Josef Frank e, como convidados de honra, precursores da época moderna, Hans Poelzig e Peter Behrens. O bloco de apartamentos de Mies era o edifício mais proeminente da urbanização, localizado na parte mais alta da colina. Na construção do bloco, comprido e estreito, foi utilizada uma estrutura em aço, independente das paredes divisórias interiores. Cada unidade podia dividir-se em vários tamanhos e as divisórias podiam ser acrescentadas ou retiradas. As paredes foram construídas com blocos de cimento. Entre outras peças concebidas por Mies para um dos apartamentos-modelo, a célebre cadeira “cantilever” tornar-se-ia um clássico do moderno design de mobiliário.


Cadeira MR


Vista interna da habitação

Uma das componentes separadas da exposição da Werkbund – a Exposição de Materiais – teve lugar no centro da cidade e expôs acessórios modernos e mobiliário, assim como eletrodomésticos. Entre várias exposições individuais, projetadas com a colaboradora Lilly Reich, a Sala de Vidro de Mies foi talvez a mais surpreendente. Numa instalação residencial que incluía o foyer de entrada, o jardim de Inverno, a sala de estar, o estúdio e a biblioteca, foi colocado mobiliário simples e convencional encostado às paredes divisórias de vidro colorido a toda a altura – uma novidade. O teto de tecido esticado era iluminado por cima, produzindo um campo luminoso sobre o conjunto. Um elemento adicional era constituído por um compartimento de vidro que continha uma escultura da autoria de Wilhelm Lehmbruck. A combinação de elementos habituais e pouco habituais sugere a concepção de Mies e Reich da promessa de uma nova arquitetura: a combinação de novos matérias, de novas técnicas de construção e de necessidades tradicionais.

Embora a exposição da Werkbund tivesse durado apenas três meses, chamou a atenção de meio milhão de visitantes de todo o mundo e preparou o caminho para a entrada de Mies na cena internacional, como administrador e como pioneiro e teórico da arquitetura vanguardista. A exposição também alimentou os protestos da direita que se tornariam cada vez mais militantes nos anos seguintes.


Esboço a lápis da propriedade


Vista da propriedade